Crensa pede socorro à comunidade
Em função da troca de governos, em nível federal e estadual, recursos ainda não estão sendo repassados à entidade, com exceção do convênio com o Município, que garante R$ 20 mil, suficiente para cobrir os custos de 20 acolhidos
Fotos: Marcelo Pakinha
A Comunidade Terapêutica Crensa, que acolhe dependentes químicos já há 20 anos, reuniu à imprensa em um café da manhã, na sede da entidade, no bairro Chapada, em Lages, nesta quinta-feira (28 de fevereiro) para apresentar a campanha pública “O Crensa Pede Socorro”.
No cartaz e folhetos que começarão a ser distribuídos, publicamente, lê-se: “O Crensa tem socorrido as famílias de nossa sociedade há 20 anos e este momento é o nosso de pedir SOCORRO, pois precisamos dar continuidade aos nossos trabalhos e estamos sem dinheiro”.
Logo abaixo é feito o apelo: “Se você quiser nos ajudar basta depositar qualquer valor: Banco do Brasil: agência 52159 – Conta Corrente 583400-7 ou na Credicomin: agência 110-4 – Conta Corrente 14010.
Outras formas de entrar em contato com o Crensa, mais diretamente, pode ser feito no escritório da entidade, localizado no piso superior da Rodoviária Dom Honorato Piazzera e também através do site: www.crensa.com.br (telefones: 988026515 ou 3222-2948).
A presidente do Crensa, Rose Maria, explica que os recursos que mantém a comunidade terapêutica vêm basicamente de convênios firmados com a União, Estado e o Município de Lages, sendo que em função da mudança de governos, em nível federal e estadual, os recursos ainda não estão sendo repassados. “Estamos recebendo apenas os recursos do convênio com o Município, no valor de R$ 20 mil, suficientes para cobrir os custos de 20 acolhidos”.
Além dos convênios, a entidade organiza eventos beneficentes e campanhas, eventuais, para sobreviver financeira e administrativamente. Uma feira de móveis produzidos na marcenaria do Crensa já está sendo organizada, para contribuir com o caixa da entidade.
“Não iremos parar com o nosso trabalho, diante da falta momentânea de recursos. Iremos continuar trabalhando, mas se um dia chegarmos ao ponto de não poder mais acolher ninguém não teremos problema em fechar a comunidade terapêutica e repassar a infraestrutura física do Crensa para uma outra entidade que desenvolva trabalho social em prol da comunidade”, disse Rose Maria.
Como funciona o Crensa
A comunidade terapêutica existe há 20 anos e acolhe dependentes químicos do sexo masculino (adolescente e adultos) residentes em quaisquer partes do país. O acolhimento se dá, geralmente, por imposição da família dos dependentes, seja do álcool ou de quaisquer outras drogas que causem o vício e a degradação humana.
Uma equipe multidisciplinar, da qual fazem parte assistente social e psicólogos, trabalha no acolhimento e na recuperação dos dependentes através de três princípios básicos: oração, disciplina e trabalho.
O Crensa está estruturado em uma chácara, com dormitórios, salas, cozinha, refeitórios, lavanderias, marcenaria, lavouras, academias, canchas de esporte, capela ecumênica, açudes e amplos espaços arborizados e gramados. A capacidade de atendimento é para 46 pessoas.
“É uma entidade sem fins lucrativos. Mais de 1.500 pessoas já foram acolhidas, neste 20 anos. A maioria dos monitores é composta de ex-internos (acolhidos), os quais conhecem toda a rotina de trabalho e a necessidade geral de funcionamento das atividades desenvolvidas no Crensa”, fala o membro voluntário da entidade, Mário Hoeller de Souza.
Atividades ecológicas também fazem parte da rotina dos internos. Quando cada um deles sai do Crensa, findo o período de acolhimento, planta uma árvore, ao pé da qual uma placa registra o nome de quem saiu e a data do plantio.
Sistema de compostagem de todo os resíduos orgânicos produzidos na chácara (Resíduo Zero) e o tratamento do esgoto sanitário através do sistema fossa-filtro-sumidouro (anaeróbico) completam as ações voltadas à preservação do meio ambiente.
Texto: Iran Rosa de Moraes
PML
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