O SUL E O BRASIL CORRUPTO (Por Joacir Dal Sotto *) ...

O sul do até hoje Brasil faz parte de um sistema corrompido. Fazemos parte de muitas ideias que não compartilhamos na totalidade, não somos melhores do que nossos semelhantes, somos apenas um povo oprimido pela centralização do poder. Na capital do que chamam de federação é que se concentram todas as riquezas, até parece que vivemos um tempo passado em que apenas uma mão sustentava todos os seus escravos. Muitos de nós choram ao sul, muitos de nós brasileiros que hoje utilizamos das mesmas leis estão sendo enganados pelas oligarquias que detém o poder.

Entre milhares de cidadãos indignados participamos de um forte movimento separatista, o nome é “O sul é o meu país”. Diante da lei que respeitamos temos aprovação, diante do povo que aqui habita tentamos informar cada cidadão da maneira mais correta possível. Os nossos passos são limpos, as nossas reuniões não são secretas, o projeto está em processo de fortalecimento, as nossas escolhas são amplamente democráticas. Não queremos diminuir ou acabar com outros territórios, queremos sim é ver um Brasil além do Paraná muito mais forte e um sul independente com completa autonomia, com completa soberania.

A lágrima que corre pelos verdes campos sulistas é verdadeira, é revoltante, é o que nos motiva para que o plebiscito oficial seja o nosso tribunal, para que a nossa autodeterminação não seja engolida por um sistema corrupto que hoje vigora. Em qualquer parte do mundo existem aqueles que sentem compaixão pelos brasileiros, como também somos desprezados por aqueles que não toleram um jeitinho que machuca na alma de seus filhos. Tudo o que propomos e discutimos está sendo divulgado por nossos combatentes pacíficos que levantam bandeiras ao amanhecer de nossas serras ou litorais. Os estudos que construímos para conhecer os anseios de nosso povo estão cada vez mais claros para exalarmos ao mundo uma justiça que reivindicamos.

Não pedimos dinheiro para quem quer participar de nosso sonho tão antigo de emancipação política e administrativa. Representamos uma grande parcela daqueles que usam da paz e da democracia para conquistarem os seus direitos, estes que são apoiados por organismos internacionais. Na bandeira que hoje existe como federação é impossível fazer lenços para acalmar os seus filhos, está toda molhada pelo dinheiro que nunca chegou para cada povo necessitado das cinco regiões. Temos muito mais do que amor, temos respeito e o sul é sim, é o meu, é o teu, é o nosso país, um país que aos poucos é materializado.

* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade" e secretário na comissão de Lages (SC) do movimento "O sul é o meu país".