Coronavírus: medidas de isolamento social devem continuar, defende médico infectologista

A pandemia tem se alastrado por todas as regiões, ao ponto de que atualmente em nove estados brasileiros a taxa de ocupação das UTIs está acima de 80%. Em Santa Catarina, em cidades como Florianópolis, Balneário Camboriú, Itajaí, Concórdia e Chapecó, já ocorre a saturação de ocupação de leitos

Iran Rosa de Moraes


Legenda: Foto: Arquivo / Credito:
Com menos de 300 casos do novo Coronavírus (Covid-19) e sem nenhuma morte registrada até agora pela Covid-19, já passados mais de 100 dias do início da pandemia, numa primeira análise a sensação é de que Lages, bem como os demais municípios da região Serrana de Santa Catarina, vivem uma situação atípica em relação a outros centros populacionais do país.
Porém, segundo fala o médico infectologista Luiz Antonio Marcatto Ramos, deve-se levar em conta fatores importantes, como por exemplo, a baixa densidade demográfica de nossa região, sendo que isto, de certa forma, tem “favorecido”, na questão da incidência de contaminação e de não ter havido óbitos de pacientes com Covid-19.
O médico infectologista cita o fato Lages contar com uma boa estrutura de atendimento à Saúde, seja na rede municipal ou na rede privada com inúmeras clínicas e consultórios médicos, além da rede hospitalar. “Temos um Centro de Triagem da Covid-19 e aqui as medidas de isolamento social foram adotadas previamente e acatadas pela população e isso ainda deve continuar. Tudo isso tem contribuído para Lages estar em uma situação diferenciada em relação a outros centros populacionais”, avalia doutor Marcatto.
O infectologista avalia ainda o fato de Lages ter um fluxo baixo de pessoas vindas de centros populacionais como São Paulo e Rio de Janeiro ou do exterior, ou seja, de regiões onde o surto do novo Coronavírus alcançou ou alcança gravidade preocupante.
Ele fala dos casos das cidades de Manaus e Fortaleza, num comparativo com Lages, sendo que na capital do Estado do Amazonas, com 1,8 milhão de pessoas, a densidade demográfica é bem maior. E em Manaus tem ainda o caso da existência da Zona Franca, com grande circulação de pessoas vindas de outros centros do país e onde ocorre um grande intercâmbio de produtos da China.
Segundo Luiz Marcatto, outro fato determinante no agravamento da pandemia, na regiões do Norte do Brasil, é a defasada estrutura de atendimento à saúde, seja em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou até mesmo na rede privada clínico-hospitalar.
Mas, a pandemia tem se alastrado por todas as regiões, ao ponto de que atualmente em nove estados brasileiros a taxa de ocupação das UTIs está acima de 80%. Em Santa Catarina, cidades como Florianópolis, Balneário Camboriú, Itajaí, Concórdia e Chapecó, onde também há um significativo fluxo de pessoas de outros centros populacionais, tem se elevado a ocupação de leitos de UTI.
E o reflexo disso os lageanos começam a perceber mais claramente, com pacientes com Covid-19 de outras cidades de Santa Catarina sendo internados no Hospital Tereza Ramos, que é referência regional deste tipo de tratamento. Para cá já vieram pacientes de Balneário Camboriú e Concórdia e a tendência, neste momento da pandemia, é de que outros mais sejam transferidos.
Diante desta realidade, doutor Marcatto alerta sobre os cuidados com a prevenção e o enfrentamento ao novo Coronavírus, defendendo o isolamento social, pois segundo ele, no caso de nossa região, nesta época do ano, se agrava a incidência de casos de doenças respiratórias. “Está crescendo o número de casos do novo Coronavírus, o que não era percebido antes pelo fato de baixa testagem. E se percebe também a interiorização dos casos, que está começandoagora na região serrana. Portanto ainda não é o momento de se afrouxar medidas sanitárias, como por exemplo, o isolamento social”, avalia.
Novas medidas serão anunciadas nesta sexta-feira pelo prefeito Ceron
Após reunião com o Gabinete Emergencial de prevenção e combate à Covid-19, que administra a crise do novo Coronavírus, em Lages, o prefeito Antonio Ceron anunciará oficialmente as novas medidas sanitárias relativas à pandemia.
Dentre elas, o chefe do Executivo já antecipou o fechamento do Parque Jonas Ramos (Tanque) e a intensificação da fiscalização da Força de Segurança junto a estabelecimentos comerciais, parques, casas noturnas e em locais mais frequentados, especialmente aos finais de semana, onde a aglomeração de pessoas estava ocorrendo de forma preocupante.
Foto: Arquivo



PML

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