Comunidades do interior recebem tratamento alternativo da água para o consumo

O tratamento da água será feito através de uma nova tecnologia chamada Solução Alternativa Coletiva Simplificada de Tratamento de Água (Salta-Z), pioneira no Brasil


O objetivo do tratamento alternativo é buscar uma solução para melhorar a qualidade de vida destas comunidades, lhes garantindo mais saúde / Fotos: Divulgação e Toninho Vieira
Lages passa a contar com tratamento alternativo de água em algumas comunidades do interior, uma iniciativa inédita no município. A ação está sendo possível graças à parceria com a Fundação Nacional de Saúde – Funasa, que doa os materiais necessários. Em contrapartida, o Município se encarrega das instalações em cada localidade, orientação à população sobre o uso dos equipamentos e monitoramento frequente da qualidade da água tratada.
Todos os meses a Vigilância Ambiental, que faz parte da diretoria de Vigilância em Saúde de Lages, cumpre o protocolo de coletar água para análise em 30 pontos, que são distribuídos entre o perímetro urbano e as comunidades rurais do município. A única localidade do interior que recebe água tratada pela Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa) é a do Salto Caveiras.
As coletas mensais realizadas dentro da cidade atestam que a água tratada e distribuída pela Semasa é de qualidade e liberada para o consumo humano. Já no interior, principalmente as águas que vinham de nascentes estavam contaminadas, pois a população do interior não conta com nenhum tipo de tratamento. “As nascentes estão contaminadas por estarem em local aberto, sujeitas à contaminação de coliformes fecais de animais que ficam em sua volta, como bovinos, aves, cães, entre outros. Em comunidades que utilizam poço artesiano não apresentam os coliformes fecais, mas têm outros tipos menos prejudiciais”, explica a gerente da Vigilância Ambiental, Larissa Costa Oliveira.
O objetivo do tratamento alternativo é buscar uma solução para melhorar a qualidade de vida destas comunidades, lhes garantindo mais saúde. “Com a água tratada, a população se manterá mais saudável, considerando a queda dos índices de diarreia, febre tifóide, cisticercose e outras doenças vinculadas à falta de água potável”, afirma Larissa.
Tratamento com baixo custo
O tratamento da água será feito através de uma nova tecnologia chamada Solução Alternativa Coletiva Simplificada de Tratamento de Água (Salta-Z), pioneira no Brasil, instalada pela primeira vez no Pará e se disseminando pelos municípios brasileiros. O kit é composto por uma caixa de cinco mil litros d’agua, um filtro e um produto químico chamado sulfato de alumínio (utilizado como decantador em águas com turbidez mais elevada). Em casos que não são necessários o sulfato de alumínio, é utilizado um dosador de cloro, que irá eliminar as bactérias e também o filtro que irá filtrar os cistos de protozoários que o cloro não consegue matar.
A prefeitura disponibiliza a mão de obra para a construção das torres que são usadas como base para as caixas d’água em cada localidade, através da parceria entre as secretarias municipais da Educação, Agricultura e Semasa. Também coube à administração municipal realizar palestras e orientar as pessoas contempladas sobre a importância de contar com água tratada para o consumo e os riscos que a contaminação pode trazer para a saúde, principalmente das crianças.
Três comunidades já receberam os equipamentos
O trabalho vem sendo realizado desde o ano passado, quando foi assinado o convênio com a Funasa. A princípio foram fornecidas cinco unidades de tratamento. Três comunidades já receberam o kit de tratamento. O primeiro a ser instalado foi na localidade de Entrada do Campo. O segundo e o terceiro foram implantados nas escolas municipais de Potreiros e Mirante.
O próximo kit irá para a localidade de Manfrói e mais um irá contemplar a comunidade de Mirante, que possui grande quantidade de famílias e a água da escola não seria suficiente para suprir a demanda.
Um novo pedido foi feito à Funasa para que um kit seja instalado em Santa Terezinha do Salto, segundo a gerência da Vigilância Ambiental. A estimativa é de que cada filtro tenha cerca de 12 anos de vida útil. A própria população está sendo orientada sobre como manter o tratamento em dia, com lavagem e manutenção dos filtros.
O monitoramento da qualidade da água deverá continuar com as coletas mensais pela Vigilância e visitas regulares. “Seguindo esses mesmos princípios, o tratamento alternativo de esgoto também poderá ser uma realidade para as comunidades do interior”, ressalta a diretora da Vigilância, Regina de Souza Oliveira.
Texto: Aline Tives

PML

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